Por: Beni Kuhn*
Em julho do ano passado 4 pesquisadores do Insper publicaram um artigo sobre o desempenho dos alunos brasileiros no PISA de 2015.
Os pesquisadores avaliaram que os alunos brasileiros têm uma forte queda de desempenho ao longo da prova, assim como outros países latino-americanos. Além disso, os resultados mostram que o decaimento dos alunos brasileiros se deve principalmente à falta de conhecimento e habilidades para responder a prova, uma vez que eles gastam muito tempo nas primeiras questões e não alcançam as últimas. Eles ainda afirmar que na segunda parte da prova, depois de um breve intervalo, o desempenho melhora um pouco, o que indica que parte do mal desempenho do Brasil parece ser também devido à falta de habilidades para fazer provas como a do PISA. Eles concluem que a posição ruim do Brasil é explicada essencialmente pela dificuldade em resolver as questões iniciais.
Uma das conclusões mais intrigantes é a que relaciona as habilidades cognitivas dos alunos e as habilidades socioemocionais, tais como persistência, concentração e determinação como fatores chave para um desempenho satisfatório.
Olhando pela perspectiva da tecnologia há muitas contribuições a se fazer. O ecossistema de plataformas que oferecem conteúdos e análises precisas de dados são oportunidades reais, viáveis e acessíveis para virarmos o jogo ao nosso favor.
A Khan Academy é um grande exemplo. Com uma forma de ensinar as matérias de exata através da gamificação já atingiu mais de 10 milhões de usuários. Os pais e responsáveis são convidados a participar e acompanhar o progresso de seus filhos; professores e gestores têm acesso a dados estatísticos valiosos que podem ajudar a virar um jogo ruim; alunos têm recursos como vídeos e exercícios disponíveis, além de serem estimulados alcançar níveis mais difíceis.
Com o apoio da tecnologia podemos desenvolver as habilidades cognitivas e apoiar nossos alunos no desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
*Artigo por Beni Kuhn – Fundador e CEO da Colaborativa é Economista pela PUC-SP. Desde 2009 estuda e atua em projetos de transformação digital organizacional. Em 2016 fundou a Colaborativa, uma consultoria de tecnologia educacional que vem apoiando instituições de ensino a inovarem e trilharem o caminho inevitável da transformação cultural e digital na educação.
Por Equipe Colaborativa
Publicado em segunda-feira 22 abril, 2019